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domingo, 10 de outubro de 2010

Soneto

Amor, se uma mudança imaginada
É com tanto rigor minha homicida,
Que fará, se passar de ser temida,
A ser, como temida, averiguada?

Se só por ser de mim tão receada,
Com dura execução me tira a vida,
Que fará, se chegar a ser sabida?
Que fará, se passar de suspeitada?

Porém, já que me mata, sendo incerta,
Somente o imaginá-la e presumi-la,
Claro está, pois da vida o fio corta.

Que me fará depois, quando for certa,
Ou tornar a viver para senti-la,
Ou senti-la também depois de morta.
(Sóror Violante do Céu )

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